O país dos Barbados assinalou a instauração da república no passado dia 30 de novembro. A mudança de regime aconteceu passado 400 anos do desembarque dos primeiros navios ingleses nas Índias Ocidentais e 55 anos da sua independência do Império Britânico.
A cerimónia de transição ocorreu na capital do país, Bridgetown, e contou com a presença do príncipe Carlos, próximo líder da Commonwealth, da primeira-ministra Mia Mottley e da primeira recém-eleita Presidente da República Sandra Mason – até então tinha sido governadora geral de Barbados. Além disso, também se fez sentir o envolvimento extasiante de centenas de populares, pelas ruas do país.
Apesar da substituição da rainha Isabel II como chefe de estado, o país vai continuar a integrar a Commonwealth, juntamente com outros antigos territórios coloniais britânicos.
“Desde os dias mais sombrios do nosso passado e a terrível atrocidade da escravatura, que manchará para sempre a nossa história, o povo desta ilha criou o seu caminho com uma coragem extraordinária”, afirmou o príncipe Carlos durante o seu discurso. Vários ativistas pela justiça social aplaudiram o reconhecimento da escravatura pelo futuro rei.
Em 1627, os colonizadores ingleses criaram na pequena ilha caribenha uma economia de plantação de açúcar, baseada em mão de obra escrava, oriunda de países africanos. A escravatura foi abolida em Barbados em 1834.
“O navio da República dos Barbados partiu para a sua primeira jornada. Que supere todas as tempestades e desembarque em segurança o nosso país e cidadãos”
– Sandra Mason, Presidente da República
De acordo com o jornal Público, a rainha Isabel II, apesar de não ter comparecido ao evento, enviou os seus “votos mais calorosos” de “felicidade, paz e prosperidade para o futuro” e admitiu que o país tem “um lugar especial” no seu coração.
Dos agora 53 Estados-membros da Commonwealth, 15 continuam sobre a alçada da coroa britânica. Conforme o jornal ALJAZEERA, especialistas calculam que a transição barbadense “poderá desencadear movimentos republicanos noutros países da comunidade”, especialmente na Jamaica, também nas Caraíbas, onde os dois maiores partidos suportam a desvinculação.