Entre os dias 1 e 4 de novembro, mais de 1.250 startups, 700 investidores e um total de 43.000 participantes (menos 30.000 que em 2019) marcaram presença na maior cimeira tecnológica do mundo, no Parque das Nações, em Lisboa. Este ano, o evento regressou ao modelo presencial, depois de ter sido totalmente virtual em 2020. 

Mais de 1.000 oradores subiram ao palco durante a conferência. Destacam-se os ativistas do movimento “Black Lives Matter” e a delatora do Facebook, Frances Haugen. Também marcaram presença a atriz Amy Poehler, o ator Nikolaj Coster-Waldau e os jogadores de futebol Iker Casillas e Gerard Piqué. Como não podia deixar de ser, vários investidores e executivos de renome também compareceram no evento, como Werner Vogels, CTO da Amazon e Brad Smith, presidente da Microsoft, que considerou Portugal como “um ótimo lugar para uma startup começar a sua vida” e  “contratar pessoas talentosas”. 

Em período de pandemia, a covid-19 foi um dos principais assuntos que marcou a Web Summit. Várias startups apresentaram, neste âmbito, soluções inovadoras no setor da saúde e no teletrabalho, além de outras relacionadas com as alterações climáticas. 

Outro dos temas mais debatidos durante a cimeira foi o último escândalo envolvendo o Facebook. A ex-funcionária da gigante tecnológica, Frances Haugen, revelou documentos que expunham o conhecimento da empresa acerca dos problemas relacionados com o impacto da rede social na sociedade e a sua intenção de continuar a priorizar os lucros. Frances Haugen considera que há um ‘metaproblema’ na empresa: “O Facebook escolhe expansão e novas áreas, em vez de se focar naquilo que já tem”. Desta forma, não acredita que o rebranding da marca – passará a chamar-se Meta, para se focar no objetivo de exploração do universo digital – seja frutífero. 

Das 75 startups que apresentaram os seus projetos no palco principal, a vencedora foi portuguesa: Smartex.ai. Durante o pitch, o grupo apresentou uma solução para combater o desperdício têxtil no setor com recurso à inteligência artificial. 

De acordo com o Jornal de Negócios, as startups portuguesas afirmaram que “os benefícios obtidos não corresponderam necessariamente às expectativas” desejadas da participação na conferência tecnológica, pois acreditam que os “apoios das entidades públicas na busca de potenciais investidores” e a melhoria do “match entre empresa-investidor/parceiro, com mais informação providenciada a ambas as partes” são aspetos a melhorar no futuro. 

Durante o discurso de encerramento da cimeira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou aos jovens que “façam a diferença”, pois são estes que conseguem “mudar o mundo nas tecnologias, no digital”. Além disso, também demonstrou a ambição de chegar aos 100.000 participantes já na próxima edição da Web Summit, em 2022. 

 

Artigo editado por: João Múrias