Rui Rio aceitou o desafio da Academia de Política Apartidária e arrancou com a primeira sessão de Política a Triplicar. No dia 21 de maio, a conversa entre os jovens e o líder do Partido Social Democrata (PSD) até ultrapassou a duração prevista, tal era a motivação para se discutir política.
O presidente social-democrata chegou à Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) por volta das 18 horas. Os participantes já se encontravam no auditório, num ambiente que fazia adivinhar a expectativa que se sentia. Mas quando Rio entrou, fez-se silêncio: a ânsia para perguntar disparava.
O presidente do PSD começa pela noção de conversa e pela consciência de que os jovens estão desiludidos com a situação do país. Recorda os tempos de estudante e o início da atividade política, compreendendo a insatisfação que muitos sentem com o estado atual da democracia.
O conflito na faixa de Gaza dá, a medo, o pontapé de saída. Rio lembra a presidência de Portugal na União Europeia (UE) e diz que “temos o peso de impulsionar” a comunidade a agir. Contudo, a nível individual, o peso do nosso país na resolução do conflito é “nulo”.
De seguida, passamos para a imigração ilegal na Europa. Neste capítulo, o líder do PSD defende uma posição mais contida, em que “temos de ter uma política de imigração capaz de receber, mas sustentável na União Europeia”. “Por que raio é que a Europa há de abrir as portas e deixar entrar tudo? É preciso equilíbrio”, sublinha o presidente dos sociais-democratas.
O interesse dos jovens é visível, quer nas questões que vão sendo colocadas, quer na atenção às respostas e ao debate de ideias. O auditório mantém-se dinâmico, descontraído, e a conversa segue em torno das reformas estruturais que, para Rui Rio, deviam ser levadas a curso, a nível da carga fiscal, da capitalização e da Segurança Social.
“A política está desajustada da realidade e provoca o afastamento das pessoas. Se não somos capazes de reformar, mudar e rejuvenescer, a democracia acaba por cair nos problemas da ditadura”, considera Rui Rio.
Entretanto, um dos jovens na plateia constata que a política está “desacreditada” e questiona como é possível contornar este problema. Para o líder do PSD, é necessário compreender e enquadrar este fenómeno numa sociedade que “mudou muito, de forma acelerada”. No entanto, é na carência de uma ação política concreta que o presidente social-democrata vê um perigo: “A falta de coragem de alguns líderes políticos leva aos extremos”.
Por fim, num tópico que sintetiza grande parte do que havia sido falado, a discussão girou em torno dos obstáculos que os jovens enfrentam para entrar na política. “Hoje em dia a atividade política é de uma complexidade brutal”, alega o líder partidário, que lamenta que “as pessoas sérias não venham para a política”.
Para Rui Rio, foi um “fim de tarde muito agradável”, passado a falar para “pessoas que querem ouvir”. O presidente dos sociais-democratas afirmou, ainda, que é com dinâmicas como esta que as “pessoas sérias podem entrar na política”. As reações do líder do PSD estavam em sintonia com as da jovem plateia. Rodrigo, estudante de Engenharia Eletrónica, afirma que “foi bom conhecer melhor Rui Rio”. Já Gonçalo, aluno de Economia, elogiou uma “atividade informal, rápida e interessante”.