Na manhã de sexta-feira, a Universidade Católica Portuguesa, o Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) e três escolas secundárias da Grande Lisboa depararam-se com paredes e muros vandalizados com mensagens racistas e xenófobas. As imagens foram publicadas nas redes sociais, mas ainda não se conhecem os autores dos crimes.
A maioria das mensagens expressavam ódio face às comunidades cigana, negra e brasileira. “Fora com os pretos! Por uma escola branca”, “Por uma Católica sem escarumbas “ e “Portugal é branco. Pretos, voltem para África“ foram algumas das palavras grafitadas nos estabelecimentos de ensino referidos. Além das escolas secundárias de Portela, Sacavém e Olivais, segundo o jornal Público, também o Centro de Acolhimento para Refugiados da Bobadela, do Conselho Português para os Refugiados (CPR), foi alvo de ataque.
Em comunicado publicado no website, Isabel Capeloa Gil, reitora da Universidade Católica Portuguesa, referiu que “pelo conteúdo dos dizeres, este é um crime público, tendo, por isso, a universidade procedido a uma denúncia junto do Ministério Público”. A reitora afirma que o estabelecimento de ensino superior “rejeita este ato”, já que deve ser um “espaço de abertura e diálogo”.
A Associação de Estudantes do ISCTE-IUL também condenou de imediato os atos de vandalismo. Os alunos, em comunicado publicado nas suas redes sociais, expressaram que “este tipo de ações são repugnantes e vão contra todos os nossos valores, bem como os de um ensino superior inclusivo e que procura construir futuros cidadãos mais ativos e conscientes”.
PT 🇵🇹
Comunicado a toda a comunidade estudantil do Iscte sobre os atos de vandalismo desta madrugada.
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Publicado por Associação de Estudantes do ISCTE-IUL em Sexta-feira, 30 de outubro de 2020
Ainda na manhã de sexta-feira, alunos e funcionários da Escola Eça de Queiroz, nos Olivais, puseram mãos-à-obra para pintar as fachadas dos estabelecimentos vandalizados, tal como relata o Observador. O Ministro da Educação pronunciou-se perante o sucedido numa audição parlamentar. Tiago Brandão Rodrigues afirmou que as mensagens racistas são “um nojo” e foram escritas por “tristes”, elogiando os alunos que acudiram de imediato e se uniram para cobrir as mensagens de ódio.